Lendo algumas coisas por aqui nesse mundo virtual achei interessante compartilhar.
Não sei a autoria mas é verídico e lindo.
Sonhe! Planeje! Viva! :)
Serendipity

Sabe quando você é criança e tudo no mundo parece algo novo e excitante? Da concha de um caracol às constelações no céu, do porta-jóias da sua mãe aos grandes prédios do centro da cidade, tudo parece guardar um mistério próprio, uma verdade solene em sua existência, algo que nos faz perceber o quão fascinante é viver todo e cada dia. Crianças não olham para as coisas, elas as enxergam.
E sabe quando você cresce e nunca mais sente essa sensação de êxtase diante da vida? Nada mais é novo e excitante, exuberante, colorido, mágico. Os adultos vivem seus dias em tom pastel. Não olham sequer para si mesmos, quanto mais para o que está à sua volta. Não enxergam mais as pessoas, não olham para o céu, nem para o chão, nem para os lados. Nós, adultos, mal vemos. Vivemos em piloto automático, passamos pela vida apenas. E nunca satisfeitos, porque sempre algo nos rouba a oportunidade da felicidade plena, porque colocamos a felicidade no final da linha, como meta a ser alcançada. E vamos trilhando o caminho com os olhos na recompensa do futuro, os olhos não se desviam do fim. E o fim chega, mas a felicidade não.
O que não entendemos é que ela não é o fim, mas o meio. Se durante o nosso percurso pela vida, nessa nossa casca de adultos ocupados e compenetrados em trabalhos e contas e saldos, créditos, crises externas e internas, pararmos de mirar o fim, de perseguir o futuro e, por um minuto que seja, pararmos para enxergar o presente... Se diminuirmos a velocidade dos passos e desligarmos o piloto automático, e nos permitirmos olhar a vida, simplesmente olhar a nossa volta... Então nós veremos o outono chegando devagarzinho e tornando as tardes mais suaves e aconchegantes, ouviremos os pássaros cantando sua ação de graças na árvore mais próxima, sentiremos o perfume das damas-da-noite em flor que são tão comuns nessa época do ano. Se nos permitimos sentir novamente, nos alegraremos pelo filho do vizinho que passou no vestibular, pelo amigo que conseguiu o primeiro emprego, pelo bombeiro que conseguiu salvar o gato de um prédio em chamas, pelo gatinho salvo, pelo homem que teve seu crânio perfurado por um arpão e continua vivo...
Por um momento paremos e olhemos, com os olhos que enxergam, o mundo a nossa volta. Não o cinza-escuro das desgraças que os adultos inflingem uns aos outros. Vamos olhar o nosso mundo de 10, 20, 30, 40 anos atrás. O mundo que os nossos olhos de criança enxergavam. O mundo onde havia surpresa e emoção a cada descoberta. O mundo onde a magia não era um conto de fadas, mas a forma extraordinária como a vida acontecia. Onde a vida, em toda a sua grandiosidade, era apenas a sucessão de pequenos milagres. E eles continuam acontecendo, todos os dias.
Basta abrirmos os olhos para ver.
Lorena (blog Stlittlegirl)
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