quinta-feira, 30 de abril de 2009

Tudo muda! Será?

Oi, pessoas!
Tudo muda! Será? :)

Muda tudo muda

Muda o superficial, muda também o profundo.
Muda o modo de pensar, muda tudo nesse mundo.
Muda o clima com os anos, muda o pastor e seu rebanho. Assim como tudo muda, que eu mude não é estranho.

Muda o mais fino brilhante, de mão em mão o seu brilho.
Muda de ninho o passarinho, muda o sentir do amante.
Muda de rumo o caminhante mesmo que isso lhe cause dano.
Assim como tudo muda, que eu mude não é estranho.
Muda tudo muda.

Muda o sol em trajeto
Mudar o sol na sua carreira
Quando a noite permanece
Muda a planta em vestidos
Verde na Primavera.
Altera o pêlo dos animais
Altera seu cabelo os idosos
E tal como tudo muda
Para minha mudança não é estranho.

Mas isso não muda o meu amor
Por mais distante que me encontre
Nem a lembrança nem a dor
do meu povo e minha gente.

O que mudou ontem
Você tem que mudar amanhã
Assim como eu mudar
Nesta terra distante.
Tudo muda.
Só não muda o meu amor.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Ter ou não ter namorado? Eis a questão.

TER OU NÃO TER NAMORADO
Artur da Távola

Quem não tem namorado é alguém que tirou férias não remuneradas de si mesmo.
Namorado é a mais difícil das conquistas.
Difícil porque namorado de verdade é muito raro. Necessita de adivinhação, de pele, saliva, lágrima, nuvem, quindim, brisa ou filosofia. Paquera, gabiru, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão, é fácil.
Mas namorado, mesmo, é muito difícil. Namorado não precisa ser o mais bonito, mas ser aquele a quem se quer proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio e quase desmaia pedindo proteção. A proteção não precisa ser parruda, decidida; ou bandoleira basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição.
Quem não tem namorado é quem não tem amor é quem não sabe o gosto de namorar. Há quem não sabe o gosto de namorar. Se você tem três pretendentes, dois paqueras, um envolvimento e dois amantes; mesmo assim pode não ter nenhum namorado.
Não tem namorado quem não sabe o gosto de chuva, cinema sessão das duas, medo do pai, sanduíche de padaria ou drible no trabalho.
Não tem namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar sorvete ou lagartixa e quem ama sem alegria.
Não tem namorado quem faz pacto de amor apenas com a infelicidade. Namorar é fazer pactos com a felicidade ainda que rápida, escondida, fugidia ou impossível de durar.
Não tem namorado quem não sabe o valor de mãos dadas; de carinho escondido na hora em que passa o filme; de flor catada no muro e entregue de repente; de poesia de Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes ou Chico Buarque lida bem devagar; de gargalhada quando fala junto ou descobre meia rasgada; de ânsia enorme de viajar junto para a Escócia ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo alado, tapete mágico ou foguete interplanetário.
Não tem namorado quem não gosta de dormir agarrado, de fazer cesta abraçado, fazer compra junto.
Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor, nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele, abobalhados de alegria pela lucidez do amor.
Não tem namorado quem não redescobre a criança própria e a do amado e sai com ela para parques, fliperamas, beira - d'água, show do Milton Nascimento, bosques enluarados, ruas de sonhos ou musical da Metro.
Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não dedica livros, quem não recorta artigos; quem gosta sem curtir; quem curte sem aprofundar.
Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, na madrugada, ou meio-dia do dia de sol em plena praia cheia de rivais.
Não tem namorado quem ama sem se dedicar; quem namora sem brincar; quem vive cheio de obrigações; quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele.
Não tem namorado quem confunde solidão com ficar sozinho e em paz.
Não tem namorado quem não fala sozinho, não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo.
Se você não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesando duzentos quilos de grilos e medos, ponha a saia mais leve, aquela de chita e passeie de mãos dadas com o ar. Enfeite-se com margaridas e ternuras e escove a alma com leves fricções de esperança. De alma escovada e coração estouvado, saia do quintal de si mesmo e descubra o próprio jardim.
Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo de sua janela. Ponha intenções de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fada. Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galanteria.
Se você não tem namorado é porque ainda não enlouqueceu aquele pouquinho necessário a fazer a vida parar e de repente parecer que faz sentido. ENLOU-CRESÇA.

terça-feira, 28 de abril de 2009

Acredite em ti mesmo!!

Oi, pessoas queridas! Como vão?
Resolvi compartilhar um vídeo que está em moda: Susan Boyle. Uma participante de um programa de calouros que quando chega ninguém acredita nela e quando ela começa a cantar o lugar todo fica iluminado. Sempre gostei de Les Miserables então amei.
Vendo esse vídeo aprendemos várias lições:

Nunca julgue pelas aparências! A aparência engana.
Nunca diminua seu valor! Todos nós temos o nosso.

Boa semana!



I Dreamed A Dream - Les Miserables

There was a time when men were kind
When their voices were soft
And their words inviting
There was a time when love was blind
And the world was a song
And the song was exciting
There was a time ... then it all went wrong

I dreamed a dream in time gone by
When hopes were high and life worth living,
I dreamed that love would never die
I dreamed that God would be forgiving

The I was young and unafraid,
When dreams were made and used and wasted
There was no ransom to be payed,
No song unsung, no wine untasted

But the tigers come at night,
With their voices soft as thunder,
As they tear your hope apart
As they turn your dreams to shame

And still I dreamed he'd come to me
And we would live the years together,
But there are dreams that cannot be
And there are storms we cannot weather

I had a dream my life would be
So different from this hell I'm living
So different now from what it seemed
Now life has killed the dream
I dreamed

I Dreamed a Dream (tradução)
Eu Tive um Sonho


Houve um tempo qdo os homens eram amáveis
Quando suas vozes eram suaves
E suas palavras convidativas
Houve um tempo quando o amor era cego
E o mundo era uma canção
E a canção era excitante
Houve um tempo... então tudo deu errado

Eu tive um sonho num tempo que já se foi
Quando esperanças eram elevadas e valia a pena viver
Eu sonhei que o amor nunca morreria
Eu sonhei que Deus estaria perdoando

Então eu era jovem e destemida
Quando sonhos eram feitos e usados e perdidos
Não havia nenhum resgate a ser pago
Nenhuma canção desconhecida, nenhum vinho intocado

Mas os tigres chegaram à noite
Com suas vozes suaves como trovão
Tal como eles rasgam sua esperança em pedaços
Tal como eles transformam seus sonhos em vergonha

Ele dormiu um verão ao meu lado
Ele encheu meus dias de maravilha infinita
Ele fez da minha infância o seu êxito
Mas ele se foi quando o outono chegou

E ainda sonho com ele vindo até a mim
E nós viveríamos juntos os anos
Mas há sonhos que não podem acontecer
E há tempestades que não podemos desafiar

Eu tive um sonho que minha vida iria ser
Tão diferente deste inferno que estou vivendo
Tão diferente agora do que parecia
Agora a vida matou o sonho que tive

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Artigo DO_MAL.COM - Revista Galileu

Resolvi compartilhar Artigo DO_MAL.COM - Revista Galileu com vocês.
Boa leitura! :)

LucianaB

DO_MAL.COM

Receitas de bomba, blogs anoréxicos, fóruns racistas, manuais suicidas. Mergulhamos no lado sombrio da internet para entender por que esse conteúdo se dissemina e como as comunidades “do mal” são combatidas

Juliana Tiraboschi

Nas últimas semanas, fui uma jovem deprimida à beira do suicídio. Também fui um pedófilo buscando pornografia infantil, uma menina ingênua assediada por homens mais velhos em chats e uma garota anoréxica procurando dicas para emagrecer. Não, leitor, não estou sofrendo de múltipla personalidade. Esses personagens fictícios me acompanharam durante uma investigação sobre o que acontece de pior nas redes de relacionamento da internet.
Ninguém nega que sites como Orkut, Myspace e Facebook, além de fóruns e listas de discussão, são ferramentas sensacionais de comunicação. Mas há quem use esses sites para aprender a construir bombas e violar mercadorias. Para disseminar intolerância e violência. Ou incentivar comportamentos perigosos como anorexia e suicídio. A facilidade para discutir em grupo coisas sombrias levanta uma questão: onde termina a liberdade de expressão e onde começa o crime? Além da lei, outra questão: o que fazer?


SUICÍDIO

Más companhias: Vinícius Marques (à esq.) foi incentivado por amigos virtuais a cometer suicídio. Seus desenhos (à dir.) estão no encarte de seu CD póstumo.
>> O caso que mais chamou atenção no Brasil para o lado negro das comunidades virtuais foi o do gaúcho Vinícius Marques, que cometeu suicídio em 2006, aos 16 anos. Conversas arquivadas no serviço Google Groups mostram que Yoñlu (personalidade virtual de Vinícius) obteve orientação e incentivo da comunidade para morrer inalando monóxido de carbono. Em Ponta Grossa (PR), o jovem Thiago Arruda se matou de forma semelhante em 2007, depois que ofensas homofóbicas no Orkut extrapolaram para a vida real. Nos EUA, Megan Meier, 13 anos, se enforcou por causa de mensagens que trocava com um certo John Evans, 16 - um personagem criado pela mãe de uma ex-amiga. Em Bridgend, no País de Gales, 17 jovens se enforcaram desde janeiro de 2007. A polícia acredita haver conexões entre eles no site Bebo, um Orkut britânico.
Para tentar entender histórias como essas, entrei em uma lista de discussão cujo tema é "tirar a própria vida". Me fazendo passar por suicida, escrevi: "Decidi me matar e quero saber qual o método menos doloroso". Em pouco tempo obtive respostas. "Procure os arquivos sobre os coquetéis (...) ou (...). São os métodos mais letais e menos dolorosos para ir embora", disse um internauta. "Uma overdose de um barbitúrico de ação rápida como o (...) ou o (...) é considerada a melhor maneira pelos grupos de eutanásia", ensina outro. "Se fizer do jeito certo, o enforcamento não é tão doloroso, além de ser barato e fácil. Só precisa uma corda", disse alguém. "Explosivos não são tão difíceis de conseguir. Uns 20 litros de diesel e um pacote de fertilizante devem produzir uma explosão suficiente para te incinerar instantaneamente. Mas, para ter certeza, dobre ou triplique a quantidade", afirma o último.
Fiquei chocada com a objetividade das respostas. Ninguém se mostrou perturbado, e apenas um dos meus interlocutores perguntou qual o motivo da minha decisão. Depois, entendi que aquelas pessoas estavam habituadas a discutir métodos de suicídio e dividir experiências traumáticas, como desemprego, fins de relacionamento, abuso sexual, vício em drogas e doenças terminais. Há inclusive quem tenta dissuadir os suicidas. "Eu imploro, não escolha uma solução tão drástica. Você tem (diferentemente de mim), toda sua vida pela frente", escreveu um participante para um garoto de 18 anos que pretendia tirar a vida. "Pode soar hipócrita para alguém que planeja se matar ainda neste mês (...) Sou a favor do direito de alguém acabar com a própria vida, apenas certifique-se de que a possibilidade de felicidade realmente não existe", aconselhou.
Me fazendo passar por suicida, escrevi: "Decidi me matar e quero saber qual o método menos doloroso". Em pouco tempo obtive várias respostas
Mas, para cada pessoa que envia mensagens como essas acima, há muitas outras dando força. O que leva a essa atitude? "Quem faz isso pode estar sendo irônico, pode não levar a sério a ameaça de morte ou até estar testando teorias", diz Luciana Ruffo, psicóloga do Núcleo de Pesquisa da Psicologia em Informática da PUC de São Paulo. Também podem ser suicidas potenciais que pensam estar ajudando pessoas com o mesmo problema. "Mas com certeza são pessoas que precisam de ajuda, precisam se conhecer. Não estão adaptadas ao meio em que vivem."
"Eu acredito que para o Vinícius foi absolutamente decisivo o fato de alguém cortar essa teia que o prendia à vida", disse o psicanalista Mário Corso, terapeuta do garoto, em entrevista à revista "Época". "Ele brincava com a idéia de morrer como uma saída para as crises de angústia e desespero. Mas tinha laços fortes com a vida que podiam resgatá-lo. Sem aquele último estímulo ele não teria tido coragem para se matar, como não teve das outras vezes", afirma Corso, que só tomou a atitude de se expor por acreditar que o que aconteceu com Vinícius foi criminoso. Incentivar alguém a cometer suicídio ou prestar auxílio para que o faça é crime previsto no código penal (veja quadro "Chat e Castigo").

Megan Meier, 13 anos, que se enforcou após receber ofensas de um pretendente fictício
"Pesquisas mostram que potenciais suicidas têm muito medo de sentir dor, de não escolherem o método adequado ou executá-lo mal e sobreviverem com seqüelas graves a uma tentativa malsucedida", diz David Phillips, professor de sociologia da Universidade da Califórnia e um dos maiores pesquisadores do mundo de casos de imitação em suicídios. "Acredito que ter alguém te ensinando como fazer é um fator de risco", afirma. "Além disso, experimentos de psicologia social mostram que muitas pessoas só tomam coragem para tomar atitudes que violam normas quando vêem outras fazendo o mesmo. É como se ganhassem permissão." Esse princípio da imitação vale para todos os comportamentos "desviantes", mais evidentes na internet.
Não se trata de demonizar a rede: ela apenas facilita a conexão entre as pessoas, sejam amantes de bolo de cenoura ou suicidas potenciais. "Esses sites permitem que pessoas passando pelas mesmas experiências se encontrem mais facilmente", diz Will Reader, professor de psicologia da Universidade de Sheffield Halam, no Reino Unido. "Antes da internet era mais difícil para suicidas potenciais encontrarem uns aos outros, mais difícil ainda para indivíduos desenvolverem 'culturas suicidas' nas quais uns encorajam os outros a se matarem."


INTOLERÂNCIA

Ódio em banda larga: Vírus 27 é um membro dos Carecas do Subúrbio, grupo da Grande São Paulo que usa a internet para divulgar as suas idéias homofóbicas
As comunidades virtuais também são um meio rápido, eficiente e abrangente de divulgar conceitos e preconceitos. "Ocorre nesses sites o que acontece com qualquer forma de interação social, seja ela mediada por tecnologia ou não", afirma o psiquiatra Benilton Bezerra Júnior, professor da UERJ. Exemplos de intolerância de todos os tipos são fartos no Orkut, em comunidades como "Traveco é na Facada" ou "Animais eu mato é na facada". Um dos tópicos da comunidade "Foda-se vizinho de merda" discutia o que era pior, ter um vizinho crente ou fã de funk carioca. "Os funkeiros da frente, que quando ligam o som aparece tanto preto que a minha empregada até recolhe a roupa do varal, pois acha que é arrastão!", escreveu um dos membros. "Agora tem um preto safado, macaco fedorento... pedreiro!!! Presidiário... fugitivo", escreveu uma usuária sobre outro membro participante de um fórum.
Ninguém se intimida. A antropóloga Adriana Dias, por exemplo, não teve dificuldades em encontrar quase 14 mil sites com conteúdo nazista e revisionista (negadores do Holocausto), para seu mestrado na Unicamp. Geralmente, muitos participantes se dizem alemães e arianos, mas quase ninguém prova ser descendente. "Essas pessoas construíram, socialmente, uma paranóia", afirma Adriana. "Dizem que os judeus representam uma ameaça econômica, que homens negros que aparecem na televisão mexem com a libido das mulheres e que a adoção de crianças negras e o casamento inter-racial estão levando ao genocídio da raça humana." Segundo Adriana, o fator coletivo é fundamental em tanto ódio: "Eles vão discutindo entre si e vão sendo convencidos paulatinamente que os negros e judeus querem tomar seu lugar na sociedade", diz.
"O problema é, estão tratando o homossexualismo como uma coisa normal, e isso não está certo! (...) Isso está moldando nossa sociedade para um nível patético. (...) Sem falar que nosso mundo está, em parte, sendo destruído por causa do homossexualismo, pois foram os homossexuais que iniciaram a contaminar o mundo com a Aids"
Comentário publicado em um fórum do Orkut
Para a psicanalista Fani Hisgail, da PUC de São Paulo, pessoas que se comportam dessa maneira e chegam a incitar a morte de outro grupo estão à margem do código social e da ética. "Elas desejam criar conflitos, situações maléficas. São as misérias humanas", diz. Segundo Adriana Dias, elas são estimuladas pelo anonimato da rede e não têm medo de sofrer conseqüências legais. "Dizem que têm direito à liberdade de expressão." Sim, a Constituição brasileira garante esse direito. Mas proíbe o anonimato, justamente para responsabilizar quem abusa da liberdade de expressão.
Hospedeiras de comunidades virtuais como o Yahoo! e o Google (proprietário do Orkut) preferem remediar do que prevenir, atendendo a denúncias dos usuários e solicitações judiciais. Segundo o diretor de comunicação para assuntos públicos do Google no Brasil, Félix Ximenez, das 20 mil denúncias semanais, 95% são infundadas, geralmente motivadas por desafetos. Ele cita como exemplo uma denúncia contra uma comunidade sobre nazismo. "Mas era um grupo que debatia o tema, havia mais opiniões negativas em relação ao nazismo do que positivas." A comunidade foi mantida.

PEDOFILIA
Prosseguindo minhas pesquisas pelo lado sombrio da rede, entrei em uma sala de bate-papo de um grande portal brasileiro, em um grupo para usuários de 15 a 20 anos. Logo de cara se percebe que sexo é o tema predominante. Fui chamada várias vezes e comecei a conversar com um usuário que se dizia um homem de 22 anos. "Ei, gatinha, vamos pro MSN agora, curtir algo mais quente pela webcam. Que tal, você topa?", perguntou. Eu disse que tinha 12 anos, mas meu interlocutor não se intimidou. "Curte falar de sexo?", continuou. "Sou tímida", recuei. "Já fez sexo?", ele insistiu. Respondi que não e perguntei se não me achava muito nova, mas ele insiste. "Só pra gente brincar, só matar a curiosidade. Você não tem webcam mesmo? Você me mostra algumas coisinhas, eu te mostro tudinho que você tem vontade." Não há nenhum tipo de controle: crianças de qualquer idade poderiam estar participando dessa conversa.
"O abuso não é só penetração. Um olhar lascivo pode ter um efeito devastador sobre uma criança", diz a psicanalista Fani Hasgail. "A pessoa que tem esse problema deve procurar ajuda, saber recuar frente a seu objeto de desejo." A ajuda pode inclusive surgir nas próprias redes de relacionamento. Como na comunidade "Pedofilia - Ajuda ao Pedófilo" do Orkut, moderada pela auxiliar de enfermagem e psicóloga Lidia Mara ("Brisa" no mundo virtual). "Eles se ajudam a controlar seus impulsos, pois sabem os danos físicos e psíquicos que um abuso causa em uma criança. Inclusive alguns sofreram isso na infância", disse Lidia, que ressalta que, apesar de sua formação, não atua como profissional, mas como amiga. "A comunidade é criticada abertamente por pseudo-justiceiros a fim de 5 minutos de fama. Mas em que outro local pedófilos trocam informações para não abusarem de crianças sem divulgar materiais pornográficos ou fazer apologia à pedofilia, com a segurança do anonimato e de sua integridade física?"
Eu disse que tinha 12 anos, mas ele não se intimidou. "curte falar de sexo?" Não há qualquer controle: crianças de qualquer idade poderiam ter essa conversa
"Gostar sexualmente de crianças afeta drástica e permanentemente a sua relação social", me confidenciou "Johnnie", 23 anos. Ele diz ter começado a perceber que gostava de meninos mais novos aos 14 anos, quando arrumou a primeira namorada. Mas enfatiza que o sentimento é platônico. "As comunidades fazem um papel importante no combate. Uma vez que um pedófilo faz um amigo igual, ele passa menos tempo pensando na criança. Ninguém melhor que um pedófilo para agüentar as desilusões amorosas de outro, quando isso acontece. De outra forma, quando se unem pedófilos abusadores, você terá o encorajamento das perversidades."
Johnnie está certo. Se podem servir como terapia em grupo, as redes também são um espaço amplo para os pornógrafos, que costumam usar gírias como "pthc" (pre-teen hardcore, algo como "pré-adolescente barra-pesada", que indica fotos e vídeos de conteúdo sexual explícito) ou "hussyfan" para despistar. Normalmente fazem contato oferecendo troca de material e fornecendo algum endereço de e-mail para conversas mais privadas no MSN ou programas semelhantes. Sites de compartilhamento de arquivos também são ferramentas muito usadas. Minha persona "pedófila" só fez um contato, com um sujeito que numa comunidade disse ter fotos "pthc", mas por e-mail afirmou que "era só zoação".
CHAT E CASTIGO
Seus atos na internet podem infringir a lei
EXEMPLO CRIME PENA
Dizer que alguém cometeu algum crime: "Ele é um ladrão" Calúnia Artigo 138 do Código Penal (CP) Detenção, de 6 meses a 2 anos, e multa
Espalhar um boato para uma ou mais pessoas Difamação Art. 139 do CP Detenção, de 3 meses a 1 ano, e multa
Ofender a honra, dignidade ou decoro: chamar a pessoa de "gorda", "feia", "vaca" etc. Injúria Art. 140 do CP Detenção, de 1 a 6 meses, ou multa
Dizer que vai "pegar" ou agredir alguém Ameaça Art. 147 do CP Detenção, de 1 a 6 meses, ou multa
Divulgar informação considerada confidencial, produzindo dano Divulgação de segredo Art. 153 do CP Detenção, de 1 a 6 meses, ou multa
Instigar alguém a suicidar-se ou prestar auxílio para que o faça Incitação ao suicídio Art. 122 do CP Detenção, de 1 a 3 anos
Dizer que odeia alguém, um grupo ou alguma organização Pode recair em crime de calúnia, difamação ou injúria - Arts. 138, 139 e 140 do CP Detenção, de 6 meses a 2 anos, e multa
Zombar de religiões Escárnio por motivo de religião Art. 208 do CP Detenção, de 1 mês a 1 ano, ou multa
Acessar sites pornográficos Favorecimento da prostituição Art. 228 do CP Detenção, de 2 a 5 anos
Ensinar como fazer "um gato", como burlar mecanismos de segurança ou construir bombas Apologia de crime ou criminoso Art. 287 do CP Detenção, de 3 a 6 meses, ou multa
Incitar violência a pessoas, grupos étnicos, religiosos ou de orientação sexual semelhante Incitação ou apologia de crime - Art. 286 e 287 do CP Detenção, de 3 a 6 meses, ou multa
Dizer que alguém é isso ou aquilo por sua cor de pele Preconceito ou discriminação raça-cor-etnia - Art. 20 da lei 7.716/89 Reclusão de 1 a 3 anos e multa
Ver ou enviar pela internet fotos de crianças nuas Pornografia infantil Art. 241 da lei 8.069/90 Multa de 3 a 20 salários, aplicando-se o dobro em caso de reincidência
Fonte: Patrícia Peck Pinheiro Advogados



APOLOGIA AO CRIME

Tragédia evitada: torcedores do Flamengo buscam os do Vasco em 17 de fevereiro, dia de clássico; o confronto, marcado no Orkut, foi impedido pela polícia
Nem sempre há intenções NOCIVAS por trás dos delitos virtuais. Aparentes piadas, como criar no Orkut uma comunidade para celebrar ligações clandestinas de televisão a cabo, podem dar cadeia. Foi o que aconteceu com Michele de Araújo Nogueira, 23 anos, criadora da "Gatonet", que reunia 222 membros quando foi tirada do ar. Tratava-se de apologia ao crime, um dos delitos mais comuns nas redes sociais. O delegado José Mariano de Araújo Filho, da delegacia especializada em delitos praticados por meios eletrônicos do Departamento de Investigações sobre Crime Organizado (DEIC) da Polícia Civil de São Paulo, conta que normalmente são investigados os responsáveis pelos fóruns.
Vale desde incentivo à "gambiarra" na TV a cabo até a exaltação de comportamentos criminosos. "Uma vez pegamos uma comunidade de um time de futebol chamada 'Al-Qaeda'. Eles postaram fotos de montes de cocaína, gente com arma na mão e frases como 'se nós dermos as mãos, quem vai empunhar as armas?'", conta o delegado Mariano. Os torcedores podem nunca ter pego em uma arma, mas fazer apologia ao crime publicamente é ilegal.
Mas muita gente parece não saber disso. "Alguém aí sabe alguma maneira de burlar o detector de lacres (nessas lojas como Renner, C&A etc.)?", pergunta uma pessoa no fórum da comunidade orkutiana "Eu já roubei" . "Diz a lenda que um ímã potente resolve o negócio", responde um anônimo, ensinando como retirar as etiquetas eletrônicas utilizadas por lojas para evitar furtos. As empresas agradecem pelas dicas sobre falhas de segurança.
Um membro da comunidade alerta: "Depois de acender, corre mesmo, porque a explosão é brutal!", antes de ensinar como construir uma bomba caseira
Seja por ingenuidade ou para ver o circo pegar fogo, exemplos de incitação a comportamentos perigosos são infinitos. "Depois de acender corre mesmo, porque a explosão é brutal!", alerta um membro da comunidade "Operações com explosivos", antes de ensinar como construir uma bomba caseira com ingredientes fáceis de obter. Ele deu a receita mesmo após protestos de outros membros do grupo, voltado para profissionais que lidam com explosões. "Algumas pessoas não têm muita noção de seriedade nem consciência e transmitem opiniões irresponsáveis", afirma a psicóloga Luciana Ruffo.
O que vai determinar se um comportamento irresponsável pode ser caracterizado como crime ou não depende da legislação do país onde a pessoa está e as palavras usadas. "Meus direitos constitucionais me permitem postar informações na minha página do Myspace sobre como construir uma bomba", diz Angela Bell, porta-voz do escritório de relações públicas do FBI, o departamento de investigações federais dos Estados Unidos. "Mas o FBI pode me investigar se eu encorajar os visitantes a usar esses dados para ameaçar ou machucar alguém. Seria percebido como ato potencial de terrorismo."
"As etiquetas eletrônicas da C&A e da Leader Magazine foram as mais fáceis de tirar, só puxei com certa intensidade e saiu. A Renner está de parabéns, pois tive de cortar com estilete para tirar "
"Tinha um ímã da minha TV e passei no lacre de um boné na C&A e soltou mole mole "
Comentários postados em comunidade do Orkut
Não raro, conflitos virtuais migram para a vida real, como discussões entre torcidas organizadas de futebol, que começam na internet e são resolvidas na rua. Em setembro de 2006, uma briga entre torcedores do Botafogo e do Fluminense antes de um jogo pela Copa Sul-Americana deixou um morto e dois feridos. Integrantes da torcida Fúria Jovem do Botafogo surpreenderam os rivais da organizada Young Flu quando estes deixavam a sua sede. Na época a polícia investigou comunidades do Orkut, já que uma mensagem no site falava em "invadir o Méier", bairro da Young Flu. Dias depois, mensagens marcando revanche apareciam na comunidade "Brigas de Torcidas Organizadas", já tirada do ar.
Os orkuteiros membros de organizadas têm outra versão da história, "revisionista". "Confrontos entre organizadas em sites de relacionamentos não passam de lendas!", disse um. "Quando tem algo assim, é coisa de moleques, crianças e fakes (perfis falsos)", disse outro. Para completar, não podia faltar intimidação: "Estamos espalhados por todo o País! Jamais acabarão conosco, imprensa maldita!". Fiz o favor de corrigir os erros de ortografia dos torcedores.
Até comunidades do tipo "Eu odeio o fulano", na qual todo mundo posta por brincadeira, podem esbarrar na ilegalidade. "Dependendo do contexto, pode recair em crime de calúnia, difamação ou injúria", diz Patricia Peck, advogada especialista em direito digital. E alerta: mesmo quem não comenta na comunidade, mas é membro dela, pode ser responsabilizado por eventuais atos ilícitos. "É o princípio do 'quem cala consente'", diz Patricia.

DISTÚRBIOS ALIMENTARES



Fome anônima: na internet, garotas com distúrbios alimentares encontram incentivo de outras que passam pelo mesmo problema - geralmente para mantê-lo
Apologia à anorexia e bulimia pode não ser contra a lei. Mas, diferentemente do que defendem suas adeptas, quase nunca é apenas a defesa de um estilo de vida. Segundo um estudo da ONG Seu Abrigo, dirigida pela psicóloga Ana Helena Soares, da Fundação Fiocruz, sites sobre distúrbios podem estimulá-los. Os autores dessas páginas (66% são meninas entre 13 e 17 anos) ensinam dietas e táticas e dão dicas de como disfarçar a doença para a família e amigos. "Os espaços contêm materiais que personificam, glorificam e endeusam a doença, incluindo cartas, orações e credos. Essas estratégias de absorção do grupo geram um efeito de desresponsabilização do doente", afirma o documento.
Não é difícil entender por que a apologia a esses distúrbios alimentares pode influenciar meninas suscetíveis. Em uma comunidade do Orkut dedicada ao tema, a moderadora lista os "mandamentos de uma ana" ("ana" e "mia" são apelidos carinhosos para anorexia e bulimia): "Olhe no espelho e diga a você mesma que está gorda. Você nunca estará magra demais. Fique de olho nas calorias. Se puder, nem coma, só quando estiver fraca demais e achar que não vai agüentar. Mas lembre-se: comer é para os fracos". Os efeitos dessas frases sobre uma jovem com problemas de auto-estima ou tendências a comportamentos destrutivos podem ser devastadores.
As meninas freqüentam os blogs umas das outras e deixam comentários de incentivo, congratulando a amiga pelo "sucesso" de não comer
Muitos desses blogs viram uma espécie de terapia coletiva. As meninas freqüentam os sites umas das outras e deixam comentários de incentivo, às vezes congratulando a amiga no "sucesso" em não comer. Algumas poucas aconselham a procurar tratamento. As autoras alternam "posts" ora triunfantes com a resistência à comida, ora em tom de desespero e alerta. "Eu não posso mais continuar assim. Imagino alguém me encontrando numa poça de sangue e vômito... morta. Minhas pernas estão fracas e é possível escutar o tlééc dos ossos. Preciso parar de vomitar, essa mutilação precisa acabar. Espero que isso ajude quem vem aqui a não cometer o mesmo erro que eu cometi...", escreveu a blogueira chamada Aninha.
"Meninas, me ajudem, não consigo emagrecer", escrevi no site de discussão Inforum. Várias mensagens de outras meninas seguiram-se à minha, com o mesmo teor. "Parem de vomitar, vocês estão acabando com a vida de vocês com esse negócio de querer ficar magra", alertou outra.
Vanessa Costa, 21 anos, é uma das poucas meninas a se identificar. Ela, que sofre transtornos alimentares desde os 13, criou seu blog há cerca de um ano, inspirada por outras blogueiras. "Não conheço nenhuma delas pessoalmente nem mesmo seus nomes verdadeiros. Elas se escondem. Eu não me escondo", diz. Hoje, grávida de três meses, Vanessa está em processo de recuperação, seguindo uma dieta balanceada. E prefere falar sobre outros assuntos em sua página.
"Tenho medo do que algumas meninas escrevem e não vejo saída pra algumas delas senão morrer numa maca de hospital. Algumas deixam comentários falando que querem perder dois quilos pra uma festa e perguntam como fazem pra ter anorexia. Elas não têm noção da triste realidade que nós já passamos", afirma Vanessa. "Acredito que esses blogs deviam ser censurados. Essas meninas nunca irão se curar se tiverem apoio de outras."
Em novembro do ano passado, a Microsoft retirou do ar quatro blogs espanhóis hospedados no serviço Windows Live Spaces que faziam apologia a transtornos alimentares, mesmo sem uma ordem judicial, atitude rara. Algumas pessoas podem encarar isso como censura, mas, na época, o responsável pelos serviços Hotmail, Messenger e Spaces da Microsoft na Espanha, Jaime Esteban, declarou que os blogs infringiam as normas de uso dos serviços.

FIM DE PAPO

As causas para a disseminação de conteúdo "do mal" são claras: anonimato, facilidade para encontrar semelhantes e potencialização da interação social. Já as saídas para esse problema variam de acordo com o especialista. "O combate ao racismo, por exemplo, deve envolver leis, educação, políticas públicas e ação da polícia", diz a antropóloga Adriana Dias. Para Félix Ximenez, do Google, a solução passa pelo incentivo à denúncia de abusos. O aprimoramento do trabalho policial é o caminho apontado pelo delegado José Mariano de Araújo Filho: "Não há crime que não possa ser rastreado pela rede", diz. "Contamos com programas para recuperação de dados deletados", afirma Sérgio Kobayashi, diretor do Núcleo de Informática do Instituto de Criminalística de São Paulo. O órgão, que recebe cerca de 300 casos de exames periciais por mês, analisa conteúdo de sites, de discos rígidos de computadores e mensagens. "Em todas as ocasiões, esses laudos são peças fundamentais na comprovação do crime cometido", diz.
"Creio que é preciso estar atento ao que se passa nas redes", diz o psiquiatra Benilton Bezerra Junior. "Para a maioria dos usuários, a internet dá acesso não controlado a um universo que é muito mais amplo, complexo e intrigante do que eles são capazes de avaliar. Aumentam exponencialmente os efeitos benéficos dessas redes, mas em compensação explodem os usos condenáveis", afirma. Cabe aos responsáveis acompanhar o que se passa nesse universo. "A internet não é um quintal ou a rua em frente de casa. Pode ser perigosa para quem ainda não tem maturidade para avaliar seus atrativos e riscos."
"Há um grande debate em torno da censura", diz o psicólogo Will Reader. "Alguns membros do parlamento britânico sugeriram proibir sites como os de apologia a anorexia. Mas isso envolve liberdade de expressão: quem decide quais sites devem ser banidos?", questiona. Reader concorda que o monitoramento dos pais é fundamental. "Fazemos a mesma coisa no mundo real, restringindo os locais onde as crianças podem ir", diz.
Para o psiquiatra Benilton Junior, as interações sociais mediadas pelo computador se tornam mais complexas com as crescentes possibilidades de produção e distribuição de conteúdo, que já está deixando os computadores e chegando a celulares e TVs. "Isso terá um impacto enorme no nosso cotidiano - para o bem e para o mal." Se é que já não está tendo.
(colaborou Emiliano Urbim)
VÁ FUNDO
>>>Para ler
• "Psicologia e Informática - O Ser Humano Diante das Novas Tecnologias", Rosa Maria Farah (org.). Oficina do Livro. 2004
• "Relacionamentos na Era Digital", Ivelise Fortim e Rosa Maria Farah (org.). Giz Editorial. 2007
• "Against the Machine: Being Human in the Age of the Electronic Mob", Lee Siegel. Spiegel & Grau. 2008
>>>Para ler
Se você foi vítima ou presenciou algum crime praticado pela internet ou deseja mais informações sobre possíveis delitos, entre em contato com uma dessas entidades:
• Orkut
Abusos e conteúdo ilegal podem ser denunciados pelo site: help.orkut.com/bin/request.py?contact_type=main_abuse
• Safernet
Formulário para denúncia: www.safernet.org.br e-mail: contato@safernet.org.br
• Centro de Reclamações de Crimes de Internet do FBI
Formulário para denúncia: www.ic3.gov/complaint DELEGACIAS
• São Paulo - Tel. (011) 6221-7011, ramais 208 e 209
e-mail: dig4@policia-civ.sp.gov.br
• Rio de Janeiro - Tel. (21) 3399-3202
e-mail: drci@policiacivil.rj.gov.br
• Belo Horizonte - Tel. (31) 3429-6024
e-mail: dercifelab.di@pc.mg.gov.br
• Curitiba - Tel. (41) 3883-8100
e-mail: cibercrimes@pc.pr.gov.br
• Brasília - Tel. (61) 3361 - 9589
e-mail: dicat@pcdf.df.gov.br
• Vitória - Tel. (27) 3137-9078
e-mail: nureccel@pc.es.gov.br

sábado, 18 de abril de 2009

Esses Moços - Lupicínio Rodrigues

Esses Moços
Lupicínio Rodrigues

Esses moços pobres moços
Ah! Se soubessem o que eu sei
Não amavam..
Não passavam aquilo que eu já passei
Por meus olhos
Por meus sonhos
Por meu sangue tudo enfim
É que eu peço a esses moços
Que acreditem em mim
Se eles julgam
Que a um lindo futuro
Só o amor nesta vida conduz
Saibam que deixam o céu por ser escuro
E vão ao inferno
A procura de luz
Eu também tive nos meus belos dias
Essa mania que muito me custou
E só as mágoas eu trago hoje em dia
E essas rugas o amor me deixou!

Quem não dá assistência, abre concorrência - Arnaldo Jabor

Bom final de semana!
Boa reflexão! :)

Quem não dá assistência, abre concorrência
Arnaldo Jabor

Você homem da atualidade, vem se surpreendendo diuturnamente com o "nível" intelectual, cultural e, principalmente, "liberal" de sua mulher, namorada e etc.

Às vezes sequer sabe como agir, e lá no fundinho tem aquele medo de ser traído - ou nos termos usuais: "corneado". Saiba de uma coisa... esse risco é iminente, a probabilidade disso acontecer é muito grande, e só cabe a você, e a ninguém mais evitar que isso aconteça ou, então, assumir seu "chifre" em alto e bom som.

Você deve estar perguntando porque eu gastaria meu precioso tempo falando sobre isso. Entretanto, a aflição masculina diante da traição vem me chamando a atenção já há tempos.

Mas o que seria uma "mulher moderna"?

A princípio seria aquela que se ama acima de tudo, que não perde (e nem tem) tempo com/para futilidades, é aquela que trabalha porque acha que o trabalho engrandece, que é independente sentimentalmente dos outros, que é corajosa, companheira, confidente, amante...

É aquela que às vezes tem uma crise súbita de ciúmes mas que não tem vergonha nenhuma em admitir que está errada e correr pros seus braços...

É aquela que consegue ao mesmo tempo ser forte e meiga, desarrumada e linda...

Enfim, a mulher moderna é aquela que não tem medo de nada nem de ninguém, olha a vida de frente, fala o que pensa e o que sente, doa a quem doer...

Assim, após um processo "investigatório" junto a essas "mulheres modernas" pude constatar o pior:

VOCÊ SERÁ (OU É???) "corno", a menos que:

- Nunca deixe uma "mulher moderna" insegura. Antigamente elas choravam. Hoje, elas simplesmente traem, sem dó nem piedade.

- Não ache que ela tem poderes "adivinhatórios". Ela tem de saber - da sua boca - o quanto você gosta dela. Qualquer dúvida neste sentido poderá levar às conseqüências expostas acima.

- Não ache que é normal sair com os amigos (seja pra beber, pra jogar futebol...) mais do que duas vezes por semana, três vezes então é assinar atestado de "chifrudo". As "mulheres modernas" dificilmente andam implicando com isso, entretanto elas são categoricamente "cheias de amor pra dar" e precisam da "presença masculina". Se não for a sua meu amigo... bem...

- Quando disser que vai ligar, ligue, senão o risco dela ligar pra aquele ex bom de cama é grandessíssimo.

- Satisfaça-a sexualmente. Mas não finja satisfazê-la. As "mulheres modernas" têm um pique absurdo com relação ao sexo e, principalmente dos 20 aos 38 anos, elas pensam em - e querem - fazer sexo todos os dias (pasmem, mas é a pura verdade)...bom, nem precisa dizer que se não for com você...

- Lhe dê atenção. Mas principalmente faça com que ela perceba isso. Garanhões mau (ou bem) intencionados sempre existem, e estes quando querem são peritos em levar uma mulher às nuvens. Então, leve-a você, afinal, ela é sua ou não é????

Nem pense em provocar "ciuminhos" vãos. Como pude constatar, mulher insegura é uma máquina colocadora de chifres.

- Em hipótese alguma deixe-a desconfiar do fato de você estar saindo com outra. Essa mera suposição da parte delas dá ensejo ao um "chifre" tão estrondoso que quando você acordar, meu amigo, já existirá alguém MUITO MAIS "comedor" do que você...só que o prato principal, bem...dessa vez é a SUA mulher.

Sabe aquele bonitão que, você sabe, sairia com a sua mulher a qualquer hora. Bem... de repente a recíproca também pode ser verdadeira. Basta ela, só por um segundo, achar que você merece...Quando você reparar... já foi.

- Tente estar menos "cansado". A "mulher moderna" também trabalhou o dia inteiro e, provavelmente, ainda tem fôlego para - como diziam os homens de antigamente - "dar uma", para depois, virar pro lado e simplesmente dormir.

- Volte a fazer coisas do começo da relação. Se quando começaram a sair viviam se cruzando em "baladas", "se pegando" em lugares inusitados, trocavam e-mails ou telefonemas picantes, a chance dela gostar disso é muito grande, e a de sentir falta disso então é imensa. A "mulher moderna" não pode sentir falta dessas coisas...senão...

Bem amigos, aplica-se, finalmente, o tão famoso jargão "quem não dá assistência, abre concorrência".

Deste modo, se você está ao lado de uma mulher de quem realmente gosta e tem plena consciência de que, atualmente o mercado não está pra peixe (falemos de qualidade), pense bem antes de dar alguma dessas "mancadas"... proteja-a, ame-a, e, principalmente, faça-a saber disso.

Ela vai pensar milhões de vezes antes de dar bola pra aquele "bonitão" que vive enchendo-a de olhares... e vai continuar, sem dúvidas, olhando só pra você!

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Serendipity - by Lorena

Oi, pessoas!
Lendo algumas coisas por aqui nesse mundo virtual achei interessante compartilhar.
Não sei a autoria mas é verídico e lindo.

Sonhe! Planeje! Viva! :)

Serendipity


Sabe quando você é criança e tudo no mundo parece algo novo e excitante? Da concha de um caracol às constelações no céu, do porta-jóias da sua mãe aos grandes prédios do centro da cidade, tudo parece guardar um mistério próprio, uma verdade solene em sua existência, algo que nos faz perceber o quão fascinante é viver todo e cada dia. Crianças não olham para as coisas, elas as enxergam.

E sabe quando você cresce e nunca mais sente essa sensação de êxtase diante da vida? Nada mais é novo e excitante, exuberante, colorido, mágico. Os adultos vivem seus dias em tom pastel. Não olham sequer para si mesmos, quanto mais para o que está à sua volta. Não enxergam mais as pessoas, não olham para o céu, nem para o chão, nem para os lados. Nós, adultos, mal vemos. Vivemos em piloto automático, passamos pela vida apenas. E nunca satisfeitos, porque sempre algo nos rouba a oportunidade da felicidade plena, porque colocamos a felicidade no final da linha, como meta a ser alcançada. E vamos trilhando o caminho com os olhos na recompensa do futuro, os olhos não se desviam do fim. E o fim chega, mas a felicidade não.

O que não entendemos é que ela não é o fim, mas o meio. Se durante o nosso percurso pela vida, nessa nossa casca de adultos ocupados e compenetrados em trabalhos e contas e saldos, créditos, crises externas e internas, pararmos de mirar o fim, de perseguir o futuro e, por um minuto que seja, pararmos para enxergar o presente... Se diminuirmos a velocidade dos passos e desligarmos o piloto automático, e nos permitirmos olhar a vida, simplesmente olhar a nossa volta... Então nós veremos o outono chegando devagarzinho e tornando as tardes mais suaves e aconchegantes, ouviremos os pássaros cantando sua ação de graças na árvore mais próxima, sentiremos o perfume das damas-da-noite em flor que são tão comuns nessa época do ano. Se nos permitimos sentir novamente, nos alegraremos pelo filho do vizinho que passou no vestibular, pelo amigo que conseguiu o primeiro emprego, pelo bombeiro que conseguiu salvar o gato de um prédio em chamas, pelo gatinho salvo, pelo homem que teve seu crânio perfurado por um arpão e continua vivo...

Por um momento paremos e olhemos, com os olhos que enxergam, o mundo a nossa volta. Não o cinza-escuro das desgraças que os adultos inflingem uns aos outros. Vamos olhar o nosso mundo de 10, 20, 30, 40 anos atrás. O mundo que os nossos olhos de criança enxergavam. O mundo onde havia surpresa e emoção a cada descoberta. O mundo onde a magia não era um conto de fadas, mas a forma extraordinária como a vida acontecia. Onde a vida, em toda a sua grandiosidade, era apenas a sucessão de pequenos milagres. E eles continuam acontecendo, todos os dias.

Basta abrirmos os olhos para ver.

Lorena (blog Stlittlegirl)

terça-feira, 14 de abril de 2009

O Medo!

O MEDO

Estou na frente do espelho. Vejo um rosto que nem sequer conheço. Ou reconheço.

Gotas de suor escorrem em meu peito.

Estou tremendo de frio, calor, frio, outra vez calor, quanto calor, Deus meu.

Quente o ventre, quente o sexo, quente tudo.

A mão que segura a lâmina é trêmula e tenho medo louco de ferir esta face pálida e cansada. A força dolorida da vida atravessa o ser inteiro que tenho.

Tanto barulho, tantas cores, tantos sons latejando nas veias e artérias azuis-vermelhas. não consigo dominar esta dor branca e negra, perfeita e intensa, imperfeita e profunda.

Num instante feito tic-tac do relógio, outro de mim impassível olha devagar pelas lentes embaciadas. Um sorriso lento agora estampa a nova face calma e tranquila.

Já não calor, corpo ereto, rigido, perfilado, elegante de movimentos.

Meu Senhor, quanta inutilidade na corrida desenfreada, no frêmito apaixonado, na carícia ardente. Respiro suave de novo certezas, outra vez certezas implacáveis.

Mas seguras.

Não tenho sexo, cor ou cheiro de homem. Sou forte e contemplo.

Gota vermelha escorre na pele leitosa. Um sorri, outro treme. Um em chamas, outro gelado. A verdade está no rosto e a mentira na mão trêmula? Ou a mentira do rosto esconde a verdade da mão trêmula?

Gota vermelha no chão, um sorri, outro não existe na mentira da verdade.

Nome da mulher-criança nos lábios, quero ser este que está em mim com ela e comigo

Saio à vida....e escondo essa estúpida mão tremida nas vestes divinas.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Feliz Páscoa!!!

Olá, pessoas amadas!
A Páscoa para mim significa renovação e para vocês?
Sempre deixo aqui um singelo presentinho virtual pra vocês.
Boa semana!

terça-feira, 7 de abril de 2009

Roda Viva!

Roda Viva
Chico Buarque

Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu...

A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega o destino prá lá ...

Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...

A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir
Na volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir
Faz tempo que a gente cultiva
A mais linda roseira que há
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a roseira prá lá...

Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...

A roda da saia mulata
Não quer mais rodar não senhor
Não posso fazer serenata
A roda de samba acabou...

A gente toma a iniciativa
Viola na rua a cantar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a viola prá lá...

Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...

O samba, a viola, a roseira
Que um dia a fogueira queimou
Foi tudo ilusão passageira
Que a brisa primeira levou...

No peito a saudade cativa
Faz força pro tempo parar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a saudade prá lá ...

Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...(4x)

sábado, 4 de abril de 2009

Futuros Amantes – Chico Buarque

Futuros Amantes
Chico Buarque

Não se afobe, não
Que nada é pra já

O amor não tem pressa
Ele pode esperar em silêncio
Num fundo de armário

Na posta-restante
Milênios, milênios
No ar

E quem sabe, então
O Rio será

Alguma cidade submersa
Os escafandristas virão
Explorar sua casa
Seu quarto, suas coisas
Sua alma, desvãos
Sábios em vão
Tentarão decifrar
O eco de antigas palavras
Fragmentos de cartas, poemas
Mentiras, retratos
Vestígios de estranha civilização

Não se afobe, não
Que nada é pra já

Amores serão sempre amáveis
Futuros amantes, quiçá

Se amarão sem saber
Com o amor que eu um dia
Deixei pra você.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Sobre hoje, ontem e amanhã.

Sobre hoje, ontem e amanhã

Viver no presente é uma arte, melhor ainda se soubermos viver felizes. E para isso precisamos tornar nosso presente o mais simples e melhor possível.
Se não está contente, MUDE!
Citarei aqui um dos poemas mais reais e maravilhosos que já li em toda minha vida. Edson Marques é maravilhoso! :)
Boa reflexão!

Mude
Edson Marques

Mas comece devagar, porque a direção
é mais importante que a velocidade.
Mude de caminho, ande por outras ruas,
observando os lugares por onde você passa.
Veja o mundo de outras perspectivas.
Descubra novos horizontes.

Não faça do hábito um estilo de vida.

Ame a novidade.
Tente o novo todo dia.
O novo lado, o novo método, o novo sabor,
o novo jeito, o novo prazer, o novo amor.
Busque novos amigos, tente novos amores.
Faça novas relações.
Experimente a gostosura da surpresa.
Troque esse monte de medo por um pouco de vida.
Ame muito, cada vez mais, e de modos diferentes.
Troque de bolsa, de carteira, de malas, de atitude.

Mude.
Dê uma chance ao inesperado.
Abrace a gostosura da Surpresa.

Sonhe só o sonho certo e realize-o todo dia.

Lembre-se de que a Vida é uma só,
e decida-se por arrumar um outro emprego,
uma nova ocupação, um trabalho mais prazeroso,
mais digno, mais humano.
Abra seu coração de dentro para fora.

Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as.

Exagere na criatividade.
E aproveite para fazer uma viagem longa,
se possível sem destino.
Experimente coisas diferentes, troque novamente.
Mude, de novo.
Experimente outra vez.
Você conhecerá coisas melhores e coisas piores,
mas não é isso o que importa.
O mais importante é a mudança,
o movimento, a energia, o entusiasmo.

Só o que está morto não muda!