quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Saudades de alguém que já se foi!

Boa tarde! :)
Estou com saudades de minha irmã. Sempre sinto sua falta mas parece que hoje estou mais. Estou sensível, ansiosa devido a uma cirurgia que meu filho fará sábado pela manhã. Tenho certeza que se minha irmã, Angela, estivesse por aqui, estaria além de pensamento, em corpo e alma comigo. Angela, te amo! sempre te amarei, minha adorada irmã. Saudades...

Uma frase, que li no Orkut de uma amiga virtual antiga, expressa o que sinto todos os dias.
"A saudade existe não porque estamos distantes, mas sim, porque estivemos juntos um dia".

Agora, como de praxe, um texto para reflexão.

O caranguejo e a gravidade

Ultimamente ando nostálgica demais. Lembrando de pessoas que não sabem que fizeram a diferença. E hoje é um desses dias.Entre um divagar e outro, remoendo minhas idéias para ver se vale a pena continuar aqui em São Paulo, do nada, dona Celeste aparece em minha memória e sorri, acho que dizendo "sim, vale a pena continuar aí".
A conheci quando trabalhei em uma lojinha de roupas. Eu era a sorridente vendedora de 16 ou 17 anos e ela a dona da papelaria em frente. Dona Celeste era também professora aposentada de história, casada com um velhinho que andava com dificuldade e dizia que eu tinha um sorrisão. Eles não sabiam, mas meu sorrir era especial para eles dois. Quem olhasse, não me veria. Só o sorriso. E eu o abria como o Gato de Alice no País das Maravilhas.Dona Celeste me emprestava livros. Devia achar graça de uma menina gostar tanto deles. Eram meus companheiros de quarto.Um dia comentei que havia lido Ana Terra e me apaixonado. Ana Terra com a capa verde e rasgada pelo cachorro da minha irmã. Ela me emprestou a saga todinha do Érico Veríssimo. E então, me perdi no Minuano e descobri que amo os ventos. Às vezes, eu mesma me sinto ventar à noite.Depois lembrei do Luciano, o marido de uma moça "rica" que trabalhava na Caixa Econômica. Quando sobrava um tempinho, conversava com ele que ficava na lojinha vizinha. Sei lá porque, disse um dia, que me sentia muito gélida. "Meio insensível".
Ele, o Luciano, no alto da sabedoria dos seus tantos anos, disse: "Menina, não é não. Você é um vulcão. Quando ele acordar, vai descobrir".
Até hoje gosto da palavra vulcão.Tempos depois, já mulher, sempre me afogando no trabalho, dessa vez, em uma agência de publicidade, pedi que a irmã do chefe, do financeiro, fosse comigo a uma reunião. Precisava de alguém como assistente e queira companhia. Ela foi. Horas depois, ouvi palavras que mudariam a minha vida. Márcia disse que, me vendo trabalhar, havia notado que ela tinha o que me faltava e vice-versa.
Eu, a responsável, a séria e profissional. Ela, a mulher despreocupada, sensual e cheia de jeitinhos.Pediu que eu prestasse atenção em mim, porque eu podia ser as duas coisas ao mesmo tempo no trabalho. A mulher não precisava ficar do lado de fora da sala de reunião, tinha de entrar, junto com a profissional.Sábia e irresponsável Márcia...No dia seguinte, fui atender um cliente difícil. De vestido e falando devagar. Saí de lá com o material aprovado e rindo de mim mesma.Hoje, olho para frente e não sei o que virá. Depois de jogar tudo para cima, ainda penso se valeu a pena. Não sei... às vezes me sinto caranguejo.Em segundos lembro da minha irmã, vegetariana, como eu, com a cara mais lavada do mundo, parada num posto de gasolina e tentada a comprar uma corda de caranguejo, dizendo que não estava maluca nada, caranguejo não é bicho, é verdura, e que eu olhasse direito.
Pois sim, que seja. Se caranguejo é verdura, eu posso ser o que quiser.
Então, sendo assim, que tudo o que joguei pro alto, não caia.
Continue subindo.

Lidiane

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